As Leituras deste dia - 1 de Novembro -
revelam o projeto de Deus a respeito do homem: quer torná-lo participante da
sua Santidade.
A primeira leitura afirma que uma grande
multidão de pessoas, de todos os povos, são os santos que participam da glória
celeste, junto de Deus. As primeiras perseguições tinham feito destruições
cruéis nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas comunidades,
acabadas de fundar, desaparecer? As visões do profeta cristão trazem uma
mensagem de esperança nesta provação. É uma linguagem codificada, que evoca
Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear diretamente, aplicando-lhe o
qualificativo de Babilónia.
A segunda leitura recorda que a Vida divina,
que se manifestará no final da vida, já está presente em nós desde agora. Desde
o nosso batismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marca da
eternidade. Este segundo texto é reforça esta mensagem de esperança. Ela
responde às nossas interrogações sobre o destino dos defuntos. Se Deus, no seu
imenso amor, faz de nós seus filhos, não nos pode abandonar. Ora, em Jesus,
vemos já qual o futuro a nos conduz a pertença à família divina: seremos
semelhantes a Ele.
No Evangelho, Jesus apresenta a proposta das
Bem-Aventuranças, como o melhor caminho para a alcançar Santidade. As
Bem-aventuranças revelam a realidade misteriosa da vida em Deus, iniciada no
Batismo. Aos olhos do mundo, o que os servidores de Deus sofrem são,
efetivamente, formas de morte: ser pobre, suportar as provas (os que choram) ou
as privações (ter fome e sede) de justiça, ser perseguido, ser partidário da
paz, da reconciliação e da misericórdia, num mundo de violência e de lucro... Tudo
isso aparece como não rentável, votado ao fracasso, à morte.
A Solenidade de Todos os
Santos abre-nos assim o espírito e o coração às consequências da Ressurreição.
O que se passou em Jesus realizou-se também nos seus bem-amados, os nossos
antepassados na fé, e diz-nos igualmente respeito: sob as folhas mortas, sob a
pedra do túmulo, a vida continua, misteriosa, para se revelar no Grande Dia,
quando chegar o fim dos tempos. Para Jesus, foi o terceiro dia; para os seus
amigos, isso será mais tarde.
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