S. TEOTÓNIO, presbítero
Nasceu em Ganfei (Valença do Minho) aproximadamente no ano 1082 e foi
educado piedosamente desde a infância. Quando D. Crescónio, seu tio, foi
nomeado bispo de Coimbra, levou-o consigo para esta cidade e confiou ao
arcediago D. Telo a sua formação nas disciplinas eclesiásticas.
Depois
de ordenado sacerdote, foi nomeado prior da Igreja da Sé de Viseu. Fez
duas peregrinações à Terra Santa. No regresso da segunda peregrinação,
insistentemente convidado por D. Telo e outros dez homens de grande
virtude, fundou com eles o mosteiro da Santa Cruz em Coimbra, de que foi
membro eminente e muito admirado, nomeadamente por S. Bernardo de
Claraval.
Teve também papel importante em algumas conjunturas da pátria.
Morreu em 1162.
Liturgia das Horas
Da Vida de São Teotónio,escrita por um autor contemporâneo, seu discípulo
(Port. Mon. Hist., Scriptores I, 80.83) (Sec. XII)
Bom mediador entre Deus e os homens
Desde que foi ordenado sacerdote, Teotónio deu mostras evidentes de grande progresso no caminho da perfeição e santidade. A sua vida era para todo o povo de Deus um admirável exemplo de virtude.
Desempenhava com exímia perfeição as obrigações da sua ordem [sacerdotal]: instruía na fé as gentes rudes e incorporava-as na Igreja pelo baptismo; chamava os pecadores à penitência e, curando-os com a medicina das suas orações e palavras de encorajamento, absolvia-os e reconciliava-os com a Igreja; como bom mediador entre Deus e os homens, a todos ensinava os preceitos divinos e pregava a verdade, apresentava ao Senhor as preces dos fiéis e intercedia diante de Deus pelos pecados do povo, oferecia no altar o sacrifício de expiação, recitava as orações e abençoava os dons de Deus.
Na igreja comportava-se sempre com santa reverência e temor de Deus, e cumpria as funções sagradas com toda a perfeição.
Desprezava a sumptuosidade e as enganadoras seduções do mundo; não se envaidecia com os louvores, nem se exaltava com a riqueza, nem se amargurava com a pobreza.
Há quem o louve pela sua renúncia total às curiosidades, divertimentos, ostentações e coisas semelhantes; eu, porém, considero não menos digna de louvor a sua perfeição na virtude da castidade, comprovada pela circunspecção e prudência em todas as suas acções.
Com a ajuda do Senhor, passarei agora a contar como Teotónio veio a tomar o hábito de Cristo e como viveu na Religião sob a regra de Santo Agostinho. Desde a sua entrada na Religião, ele sobressaía notavelmente entre os demais pela santidade de costumes, extraordinária abstinência e assídua oração. Continuamente dirigia a Deus as suas preces; e, quando deixava de rezar, lançava mão da leitura sagrada, aplicando-se principalmente à Salmodia. Com efeito, além das Horas Canónicas e todo o Ofício Divino, em que se empenhava fielmente com santa reverência e temor de Deus, rezava cada dia todo o Saltério.
O tempo que lhe restava era para se ocupar em exercícios de boas obras ou em diversos serviços do mosteiro.
Longe de transigir com qualquer atractivo de vícios ou vaidades mundanas, era sua constante predilecção o recolhimento, a mansidão, o silêncio e a paz. Finalmente – coisa rara no nosso tempo – foi tão profunda a sua humildade, que parecia querer passar pelo mais esquecido de todos e o último dos servos de Deus.
Martirológio Romano
Memória de São Teotónio,
que fez por duas vezes a peregrinação a Jerusalém e, recusando a
custódia do Santo Sepulcro, regressou à pátria, onde fundou, com onze
religiosos, a Congregação dos Cónegos Regrantes da Santa Cruz, em
Coimbra, cidade de Portugal. |
(† c. 1162) | |||
2. Em Beth Lapat, no reino dos Persas, hoje Gundeshapur, no Irão, a paixão dos santos mártires Sadot, bispo de Selêucia, e cento e vinte e oito companheiros,
mártires, – presbíteros, clérigos e sagradas virgens – que, por se
recusarem a adorar o sol, foram metidos no cárcere e, depois de
padecerem durante longo tempo cruéis suplícios, finalmente, por sentença
do rei, foram assassinados. |
(† 342) | |||
3. Em Toledo, na Hispânia, Santo Eládio,
que, depois de ter exercido cargos administrativos na corte régia e no
governo, foi abade de Agali e, finalmente, elevado ao episcopado de
Toledo, deu testemunho da sua eminente caridade. |
(† 632) | |||
4. Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Tarásio,
bispo, insigne pela sua erudição e piedade, que abriu o Concílio de
Niceia II, no qual os Padres defenderam o culto das sagradas imagens. |
(† 806) | |||
5*. No mosteiro de Cêntula, no território de Amiens, na Gália, hoje na França, Santo Angilberto,
abade, que, deixando os cargos palacianos e militares, com o
assentimento de sua esposa Berta, que também vestiu o véu sagrado,
abraçou a vida monástica e governou com êxito o cenóbio de Cêntula. |
(† 814) | |||
6*. Em Roma, o Beato João de Fiésole ou Fra Angélico,
presbítero da Ordem dos Pregadores, que, sempre animado pelo amor de
Cristo, exprimiu nas pinturas o que contemplava interiormente, para
elevar a mente dos homens às realidades celestes. |
(† 1455) | |||
7*. Em Londres, na Inglaterra, o Beato Guilherme Harrington,
presbítero e mártir, oriundo do condado de York, que, no reinado de
Isabel I, por ter aceite e exercido o sacerdócio na Inglaterra, foi
condenado à morte, alcançando na praça de Tyburn a coroa do martírio. |
(† 1594) | |||
8*. Também em Londres, o Beato João Pibush,
presbítero e mártir, que, tendo sido encerrado no cárcere várias vezes e
durante muito tempo, no mesmo reinado de Isabel I foi condenado à morte
por causa do sacerdócio, morrendo enforcado e esquartejado em
Southwark. |
(† 1601) | |||
9. Em Ou-Tchan-Fu, no Hubei, província da China, São Francisco Régis Clet,
presbítero da Congregação da Missão e mártir, que anunciou o Evangelho
no meio de extremas adversidades durante trinta anos, mas, denunciado
por um apóstata, depois de um cruel cativeiro, morreu estrangulado pelo
nome de Cristo. |
(† 1820) | |||
10. Na cidade de Guizhou, também na China, os santos mártires João Pedro Néel,
presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, que, acusado
de pregar a fé, foi arrastado a grande velocidade preso à cauda dum
cavalo; depois, submetido a todo o género de zombarias e suplícios,
finalmente morreu decapitado. Com ele sofreram o suplício também os
santos mártires Martinho Wu Xuesheng, catequista, João Zhang Tianshen, neófito, e João Chen Xianheng. |
(† 1862) | |||
11*. Em Bérgamo, na Itália, Santa Gertrudes
(Catarina Comensóli), virgem, que fundou uma Congregação de religiosas
para a adoração do Santíssimo Sacramento e a formação da juventude. |
(† 1903) | |||
12*. Em Rosica, na Polónia, o Beato Jorge Kaszyra,
presbítero da Congregação dos Clérigos Marianos e mártir, que, durante a
guerra, lançado às chamas pelos perseguidores da fé, morreu por Cristo
Senhor. |
(† 1943) |
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