quinta-feira, 31 de março de 2016

Liturgia do 2º Domingo do Tempo Pascal - Ano C

LEITURA I – Atos 5,12-16

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Pelas mãos dos Apóstolos
realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo.
Unidos pelos mesmos sentimentos,
reuniam-se todos no Pórtico de Salomão;
nenhum dos outros se atrevia a juntar-se a eles,
mas o povo enaltecia-os.
Cada vez mais gente aderia ao Senhor pela fé,
uma multidão de homens e mulheres,
de tal maneira que traziam os doentes para as ruas
e colocavam-nos em enxergas e em catres,
para que, à passagem de Pedro,
ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles.
Das cidades vizinhas de Jerusalém,
a multidão também acorria,
trazendo enfermos e atormentados por espíritos impuros
e todos eram curados.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)

Refrão 1: Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.

Refrão 2: Aclamai o Senhor, porque Ele é bom:
o seu amor é para sempre.

Refrão 3: Aleluia.

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que temem o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.

LEITURA II – Ap 1,9-11a.12-13.17-19

Leitura do Livro do Apocalipse

Eu, João, vosso irmão e companheiro
nas tribulações, na realeza e na perseverança em Jesus,
estava na ilha de Patmos,
por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
No dia do Senhor fui movido pelo Espírito
e ouvi atrás de mim uma voz forte,
semelhante à da trombeta, que dizia:
«Escreve num livro o que vês
e envia-o às sete Igrejas».
Voltei-me para ver quem era a voz que me falava;
ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro
e, no meio dos candelabros,
alguém semelhante a um filho do homem,
vestido com uma longa túnica
e cingido no peito com um cinto de ouro.
Quando o vi, caí a seus pés como morto.
Mas ele poisou a mão direita sobre mim e disse-me:
«Não temas.
Eu sou o Primeiro e o Último, o que vive.
Estive morto, mas eis-Me vivo pelos séculos dos séculos
e tenho as chaves da morte e da morada dos mortos.
Escreve, pois, as coisas que viste,
tanto as presentes como as que hão-de acontecer depois destas».


EVANGELHO – Jo 20,19-31

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas as portas da casa
onde os discípulos se encontravam,
com medo dos judeus,
veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados;
e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão na seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos,
que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos
para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,
e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Tema do 2º Domingo do Tempo Pascal - Ano C

A liturgia deste domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.

O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
A segunda leitura insiste no motivo da centralidade de Jesus como referência fundamental da comunidade cristã: apresenta-O a caminhar lado a lado com a sua Igreja nos caminhos da história e sugere que é n’Ele que a comunidade encontra a força para caminhar e para vencer as forças que se opõem à vida nova de Deus.

A primeira leitura sugere que a comunidade cristã continua no mundo a missão salvadora e libertadora de Jesus; e quando ela é capaz de o fazer, está a dar testemunho desse Cristo vivo que continua a apresentar uma proposta de redenção para os homens.

terça-feira, 22 de março de 2016

Sugestões de Cânticos para o Domingo da Páscoa: Solenidade da Ressurreição do Senhor

Entrada
Salmo
Ofertório
Comunhão
Acção de Graças
Final

Leituras do Domingo da Páscoa - Ano C

LEITURA I – At 10,34.37-43

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Pedro tomou a palavra e disse:
«Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia,
a começar pela Galileia,
depois do batismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,
que passou fazendo o bem
e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio,
porque Deus estava com Ele.
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez
no país dos judeus e em Jerusalém;
e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo,
mas às testemunhas de antemão designadas por Deus,
a nós que comemos e bebemos com Ele,
depois de ter ressuscitado dos mortos.
Jesus mandou-nos pregar ao povo
e testemunhar que Ele foi constituído por Deus
juiz dos vivos e dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho:
quem acredita n’Ele
recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 117 (118)

Refrão 1: Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

Refrão 2: Aleluia.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


LEITURA II – Col 3,1-4

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses

Irmãos:
Se ressuscitastes com Cristo,
aspirai às coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra.
Porque vós morrestes
e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar,
também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.

EVANGELHO – Jo 20,1-9

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro
e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro
e com o discípulo predileto de Jesus
e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro
e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo
e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro,
e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira.
Entrou no sepulcro
e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo
que chegara primeiro ao sepulcro:
viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura,
segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Domingo de Páscoa - Ano C: SOLENIDADE DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

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A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.

A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.

A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.

terça-feira, 15 de março de 2016

Proposta de Cânticos: Domingo de Ramos na Paixão do Senhor - Ano C

Entrada

Abri as portas
Anunciaremos Teu Reino Senhor
Bendito bendito o que vem
Benedictus qui venit
Ele suportou os nossos pecados
És Senhor minha força
Glória ao Filho de David
Glória honra e louvor
Hossana ao Filho de David
Hossana ao Filho de David
Hossana nas alturas
Jerusalém louva o teu Senhor
Jesus Cristo amou-nos
Jesus nossa redenção / Tu és a nossa alegria
Meninos hebreus
Nele e para Ele
Salve ó Cruz
Senhor são muitos os nossos pecados
Salmo

Meu Deus meu Deus
Meu Deus meu Deus porque me abandonastes
Ofertório

Coração de Jesus nossa esperança
Deus amou de tal modo o mundo
Em Vós Senhor está a fonte
Jesus Cristo amou-nos
Jesus nossa redenção / Tu és a nossa alegria
Levamos para o Vosso altar / A Vós Deus e Senhor
Nele e para Ele
Senhor são muitos os nossos pecados
Tomai Senhor e recebei
Tudo posso
Comunhão

Bendito bendito o que vem
Comungando o Teu Corpo
Coração de Jesus nossa esperança
Deus amou de tal modo o mundo
Em Vós Senhor está a fonte
Jerusalém louva o teu Senhor
Jesus Cristo amou-nos
Jesus nossa redenção / Tu és a nossa alegria
O meu alimento / O Filho do Homem
Pai se este cálice não pode passar
Todas as vezes que comerdes
Tudo posso
Acção de Graças

Coração de Jesus nossa esperança
Deus amou de tal modo o mundo
Em Vós Senhor está a fonte
Em Vós Senhor eu pus a minha esperança
És Senhor minha força
Jerusalém louva o teu Senhor
Jesus Cristo amou-nos
Nele e para Ele
O Senhor salvou-me
Senhor são muitos os nossos pecados
Tudo posso
Final

Anunciaremos Teu Reino Senhor
És Senhor minha força
Jerusalém louva o teu Senhor
Jesus nossa redenção / Tu és a nossa alegria
Salve ó Cruz
Vitória tu reinarás / Hossana tu reinarás

Leituras do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

LEITURA I – Is 50,4-7
 
Leitura do Livro de Isaías
 
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo,
para que eu saiba dizer uma palavra de alento
aos que andam abatidos.
Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos
e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o senhor Deus veio em meu auxílio,
e por isso não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra,
e sei que não ficarei desiludido.
 
 
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 21 (22)
 
Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?
 
Todos os que me vêem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é seu amigo».
 
Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
 
Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.
 
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.
 
 
LEITURA II – Filip 2,6-11
 
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
 
Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,
tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,
obedecendo até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem
no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.
 
 
EVANGELHO – Lc 22,14-23,56 (forma longa) ou Lc 23,1-49 (forma breve)
 
N        Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
 
N        Quando chegou a hora,
          Jesus sentou-Se à mesa com os seus Apóstolos
          e disse-lhes:
J        «Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa,
          antes de padecer;
          pois digo-vos que não tornarei a comê-la,
          até que se realize plenamente no reino de Deus».
N        Então, tomando um cálice, deu graças e disse:
J        «Tomai e reparti entre vós,
          pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira,
          até que venha o reino de Deus».
N        Depois tomou o pão e, dando graças,
          partiu-o e deu-lho, dizendo:
J        «Isto é o meu corpo entregue por vós.
          Fazei isto em memória de Mim».
N        No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo:
J        «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue,
          derramado por vós.
          Entretanto, está comigo à mesa
          a mão daquele que Me vai entregar.
          O Filho do homem vai partir, como está determinado.
          Mas ai daquele por quem Ele vai ser entregue!»
N        Começaram então a perguntar uns aos outros
          qual deles iria fazer semelhante coisa.
          Levantou-se também entre eles uma questão:
          qual deles se devia considerar o maior?
          Disse-lhes Jesus:
J        «Os reis da nações exercem domínio sobre elas
          e os que têm sobre elas autoridade são chamados malfeitores.
          Vós não deveis proceder desse modo.
          O maior entre vós seja como o menor
          e aquele que manda seja como quem serve.
          Pois quem é o maior: o que está à mesa ou o que serve?
          Não é o que está à mesa?
          Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
          Vós estivestes sempre comigo nas minhas provações.
          E Eu preparo para vós um reino,
          como meu Pai o preparou para Mim:
          comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino,
          e sentar-vos-eis em tronos,
          a julgar as doze tribos de Israel.
          Simão, Simão, Satanás vos reclamou
          para vos agitar na joeira como trigo.
          Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.
          E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos».
N        Pedro respondeu-Lhe:
R        «Senhor, eu estou pronto a ir contigo,
          até para a prisão e para a morte».
N        Disse-lhe Jesus:
J        «Eu te digo, Pedro: não cantará hoje o galo,
          sem que tu, por três vezes, negues conhecer-Me».
N        Depois acrescentou:
J        «Quando vos enviei sem bolsa nem alforge nem sandálias,
          faltou-vos alguma coisa?».
N        Eles responderam que não lhes faltara nada.
          Disse-lhes Jesus:
J        «Mas agora, quem tiver uma bolsa pegue nela,
          bem como no alforge;
          e quem não tiver espada venda a capa e compre uma.
          Porque Eu vos digo
          que se deve cumprir em Mim o que está escrito:
          ‘Foi contado entre os malfeitores’.
          Na verdade, o que Me diz respeito está a chegar ao fim».
N        Eles disseram:
R        «Senhor, estão aqui duas espadas».
N        Mas Jesus respondeu:
J        «Basta».
 
N        Então saiu
          e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras
          e os discípulos acompanharam-n’O.
          Quando chegou ao local, disse-lhes:
J        «Orai, para não entrardes em tentação».
N        Depois afastou-Se deles cerca de um tiro de pedra
          e, pondo-Se de joelhos, começou a orar, dizendo:
J        «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice.
          Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua».
N        Então apareceu-Lhe um Anjo, vindo do Céu, para O confortar.
          Entrando em angústia, orava mais instantemente
          e o suor tornou-se-Lhe como grossas gotas de sangue,
          que caíam na terra.
          Depois de ter orado,
          levantou-Se e foi ter com os discípulos,
          que encontrou a dormir, por causa da tristeza.
          Disse-lhes Jesus:
J        «Porque estais a dormir?
          Levantai-vos e orai, para não entrardes em tentação».
 
N        Ainda Ele estava a falar,
          quando apareceu uma multidão de gente.
          O chamado Judas, um dos Doze, vinha à sua frente
          e aproximou-se de Jesus, para O beijar.
          Disse-lhe Jesus:
J        «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do homem?»
N        Ao verem o que ia suceder,
          os que estavam com Jesus perguntaram-Lhe:
R        «Senhor, vamos feri-los à espada?»
N        E um deles feriu o servo do sumo sacerdote,
          cortando-lhe a orelha direita.
          Mas Jesus interveio, dizendo:
J        «Basta! Deixai-os».
N        E, tocando na orelha do homem, curou-o.
          Disse então Jesus aos que tinham vindo ao seu encontro,
          príncipes dos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos:
J        «Vós saístes com espadas e varapaus,
          como se viésseis ao encontro dum salteador.
          Eu estava todos os dias convosco no templo
          e não Me deitastes as mãos.
          Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.
N        Apoderaram-se então de Jesus,
          levaram-n’O e introduziram-n’O em casa do sumo sacerdote.
          Pedro seguia-os de longe.
          Acenderam uma fogueira no meio do pátio,
          sentaram-se em volta dela
          e Pedro foi sentar-se no meio deles.
          Ao vê-lo sentado ao lume,
          uma criada, fitando os olhos nele, disse:
R        «Este homem também andava com Jesus».
N        Mas Pedro negou:
R        «Não O conheço, mulher».
N        Pouco depois, disse outro, ao vê-lo:
R        «Tu também és um deles».
N        Mas Pedro disse:
R        «Homem, não sou».
N        Passada mais ou menos uma hora,
          afirmava outro com insistência:
R        «Esse homem, com certeza, também andava com Jesus,
          pois até é galileu».
N        Pedro respondeu:
R        «Homem, não sei o que dizes».
N        Nesse instante – ainda ele falava – um galo cantou.
          O Senhor voltou-Se e fitou os olhos em Pedro.
          Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor,
          quando lhe disse:
          ‘Antes do galo cantar, Me negarás três vezes’.
          E, saindo para fora, chorou amargamente.
          Entretanto, os homens que guardavam Jesus
          troçavam d’Ele e maltratavam-n’O.
          Cobrindo-Lhe o rosto, perguntavam-Lhe:
R        «Adivinha, profeta: Quem te bateu?»
N        E dirigiam-Lhe muitos outros insultos.
          Ao romper do dia,
          reuniu-se o conselho dos anciãos do povo,
          os príncipes dos sacerdotes e os escribas.
          Levaram-n’O ao seu tribunal e disseram-Lhe:
R        «Diz-nos se Tu és o Messias».
N        Jesus respondeu-lhes:
J        «Se Eu vos disser, não acreditareis
          e, se fizer alguma pergunta, não respondereis.
          Mas o Filho do homem sentar-Se-á doravante
          à direita do poder de Deus».
N        Disseram todos:
R        «Tu és então o Filho de Deus?»
N        Jesus respondeu-lhes:
J        «Vós mesmos dizeis que Eu sou».
N        Então exclamaram:
R        «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
          Nós próprios o ouvimos da sua boca».
N        Levantaram-se todos e levaram Jesus a Pilatos.
 
N        Começaram a acusá-l’O, dizendo:
R        «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo,
          a impedir que se pagasse o tributo a César
          e dizendo ser o Messias-Rei».
N        Pilatos perguntou-Lhe:
R        «Tu és o Rei dos judeus?»
N        Jesus respondeu-lhe:
J        «Tu o dizes».
N        Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão:
R        «Não encontro nada de culpável neste homem».
N        Mas eles insistiam:
R        «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia,
          desde a Galileia, onde começou, até aqui».
 
N        Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu;
          e, ao saber que era da jurisdição de Herodes,
          enviou-O a Herodes,
          que também estava nesses dias em Jerusalém.
          Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito.
          Havia bastante tempo que O queria ver,
          pelo que ouvia dizer d’Ele,
          e esperava que fizesse algum milagre na sua presença.
          Fez-Lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
          Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam
          acusavam-n’O com insistência.
          Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo
          e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico
          e remeteu-O a Pilatos.
          Herodes e Pilatos, que eram inimigos,
          ficaram amigos nesse dia.
          Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes,
          os chefes e o povo, e disse-lhes:
R        «Trouxestes este homem à minha presença
          como agitador do povo.
          Interroguei-O diante de vós
          e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais.
          Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo.
          Como vedes, não praticou nada que mereça a morte.
          Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N        Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso
          por ocasião da festa.
          E todos se puseram a gritar:
R        «Mata Esse e solta-nos Barrabás».
N        Barrabás tinha sido metido na cadeia
          por causa de uma insurreição desencadeada na cidade
          e por assassínio.
          De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra,
          querendo libertar Jesus.
          Mas eles gritavam:
R        «Crucifica-O! Crucifica-O!»
N        Pilatos falou-lhes pela terceira vez:
R        Mas que mal fez este homem?
          Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte.
          Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar».
N        Mas eles continuavam a gritar,
          pedindo que fosse crucificado,
          e os seus clamores aumentavam de violência.
          Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam:
          soltou aquele que fora metido na cadeia
          por insurreição e assassínio,
          como eles reclamavam,
          e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
 
N        Quando o conduziam,
          lançaram mão de um certo Simão de Cirene,
          que vinha do campo,
          e puseram-lhe a cruz às costas,
          para a levar atrás de Jesus.
          Seguia-O grande multidão de povo
          e mulheres que batiam no peito
          e se lamentavam, chorando por Ele.
          Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes:
J        «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim;
          chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
          pois dias virão em que se dirá:
          ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram
          e os peitos que não amamentaram’.
          Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’;
          e às colinas: ‘Cobri-nos’.
          Porque, se tratam assim a madeira verde,
          que acontecerá à seca?».
 
N        Levavam ainda dois malfeitores
          para serem executados com Jesus.
          Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
          crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores,
          um à direita e outro à esquerda.
          Jesus dizia:
J        «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem».
N        Depois deitaram sortes,
          para repartirem entre si as vestes de Jesus.
          O povo permanecia ali a observar.
          Por sua vez, os chefes zombavam e diziam:
R        «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo,
          se é o Messias de Deus, o Eleito».
N        Também os soldados troçavam d’Ele;
          aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam:
R        «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo».
N        Por cima d’Ele havia um letreiro:
          «Este é o rei dos judeus».
          Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados
          insultava-O, dizendo:
R        «Não és Tu o Messias?
          Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
N        Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o:
R        «Não temes a Deus,
          tu que sofres o mesmo suplício?
          Quanto a nós, fez-se justiça,
          pois recebemos o castigo das nossas más acções.
          Mas Ele nada praticou de condenável».
N        E acrescentou:
R        «Jesus, lembra-Te de mim,
          quando vieres com a tua realeza».
N        Jesus respondeu-lhe:
J        «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
N        Era já quase meio-dia,
          quando as trevas cobriram toda a terra,
          até às três horas da tarde,
          porque o sol se tinha eclipsado.
          O véu do templo rasgou-se ao meio.
          E Jesus exclamou com voz forte:
J        «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito».
N        Dito isto, expirou.
 
N        Vendo o que sucedera,
          o centurião deu glória a Deus, dizendo:
R        «Realmente este homem era justo».
N        E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo,
          ao ver o que se passava, regressava batendo no peito.
          Todos os conhecidos de Jesus,
          bem como as mulheres que O acompanhavam
          desde a Galileia,
          mantinham-se à distância, observando estas coisas.
 
N        Havia um homem chamado José, da cidade de Arimateia,
          que era pessoa recta e justa e esperava o reino de Deus.
          Era membro do Sinédrio, mas não tinha concordado
          com a decisão e o proceder dos outros.
          Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
          E depois de o ter descido da cruz,
          envolveu-o num lençol
          e depositou-o num sepulcro escavado na rocha,
          onde ninguém ainda tinha sido sepultado.
          Era o dia da Preparação
          e começavam a aparecer as luzes do sábado.
          Entretanto,
          as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
          acompanharam José e observaram o sepulcro
          e a maneira como fora depositado o corpo de Jesus.
          No regresso, prepararam aromas e perfumes.
          E no sábado guardaram o descanso, conforme o preceito.

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR - ANO C

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A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Leituras do 5º Domingo da Quaresma - Ano C

LEITURA I – Is 43,16-21

Leitura do livro de Isaías

O Senhor abriu outrora caminhos através do mar,
veredas por entre as torrentes das águas.
Pôs em campanha carros e cavalos,
um exército de valentes guerreiros;
e todos caíram para não mais se levantarem,
extinguiram-se como um pavio que se apaga.
Eis o que diz o Senhor:
«Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados,
não presteis atenção às coisas antigas.
Olhai: vou realizar uma coisa nova,
que já começa a aparecer; não a vedes?
Vou abrir um caminho no deserto,
fazer brotar rios na terra árida.
Os animais selvagens – chacais e avestruzes –
proclamarão a minha glória,
porque farei brotar água no deserto,
rios na terra árida,
para matar a sede ao meu povo escolhido,
o povo que formei para Mim
e que proclamará os meus louvores».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 125 (126)

Refrão 1: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.

Refrão 2: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.


LEITURA II – Filip 3,8-14

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Irmãos:
Considero todas as coisas como prejuízo,
comparando-as com o bem supremo,
que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor.
Por Ele renunciei a todas as coisas
e considerei tudo como lixo,
para ganhar a Cristo
e n’Ele me encontrar,
não com a minha justiça que vem da Lei,
mas com a que se recebe pela fé em Cristo,
a justiça que vem de Deus e se funda na fé.
Assim poderei conhecer Cristo,
o poder da sua ressurreição
e a participação nos seus sofrimentos,
configurando-me à sua morte,
para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que eu tenha já chegado à meta,
ou já tenha atingido a perfeição.
Mas continuo a correr, para ver se a alcanço,
uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus.
Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido.
Só penso numa coisa:
esquecendo o que fica para trás,
lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta,
em vista do prémio a que Deus, lá do alto,
me chama em Cristo Jesus.


EVANGELHO – Jo 8,1-11

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo,
e todo o povo se aproximou d’Ele.
Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres.
Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada
e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se
e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O,
ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus:
«Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar».

Lituirgia do XVII Domingo do Tempo Comum - Ano B

25 de julho de 2021 ANTÍFONA DE ENTRADA   Salmo 67, 6-7.36 Deus vive na sua morada santa, Ele prepara uma casa para o pobre. É a força e o v...